O departamento foi constituído em 2009 com o objetivo de criar e preservar postos de trabalho que geram renda às famílias, por meio do fomento às atividades produtivas, ao emprego e trabalho, ligados ao empreendedorismo e ao cooperativismo, tendo em vista o bem-estar econômico e social dos cidadãos e cidadãs.

28 de janeiro de 2014

A 'outra economia’ (28/01/2014)

Nos últimos artigos aqui publicados, discutimos as possibilidades das políticas de desenvolvimento econômico local. Vimos o papel dos APLs, dos Fóruns tripartites e do ambiente de inovação. As grandes e as médias empresas costumam ser as principais beneficiárias destas políticas. Hoje, começaremos a tratar daquela outra metade da economia, formada pelos pequenos negócios. Ter políticas públicas para esta parcela é essencial em uma estratégia de desenvolvimento local. Neste, falaremos da economia solidária. No próximo, do empreendedorismo.

A Economia Solidária vem de longa data: desde o século 19, quando experiências socialistas europeias buscaram constituir uma economia não capitalista, baseada no cooperativismo. Apesar da longa trajetória percorrida, ainda permanece um desafio: como cultivar os princípios da solidariedade, inclusão, cooperação e geração de renda em um contexto em que predomina o modo de organização capitalista? Como concorrer com os preços, qualidades, marcas e prazos das empresas capitalistas? 

No Brasil, a Economia Solidária – que tem origens ligadas às cooperativas agrícolas– foi retomada com força a partir da década de 1990, quando se verificou grande número de empresas falidas. No ABCD, o sindicalismo apresentou o cooperativismo de produção como forma de manutenção da fábrica (seu maquinário e postos de trabalho). Isto ampliou a abrangência da economia solidária local, que vai dos microempreendimentos de inclusão de segmentos mais vulneráveis até grandes fábricas geridas pelos cooperativados.

A Economia Solidária se fortaleceu no governo Lula com a constituição, em 2003, da Secretaria Nacional de Economia Solidária, e continua a se expandir na gestão Dilma. E há muito a se avançar em itens como financiamento; comercialização; capacitação gerencial; formação de redes e parcerias.

Ainda são poucos os governos municipais e estaduais que efetivamente têm uma política de apoio à economia solidária. Neste contexto, a política pública da Prefeitura de São Bernardo, em parceria com instituições como Unisol, ADS-CUT, Centro de Formação Padre Léo, Sebrae, entre outras, é uma das referencias no País. Sob a orientação do prefeito Luiz Marinho, elaboramos e aprovamos, em 2010, a lei municipal de Fomento à Economia Solidária. 

Criamos o “Espaço Solidário”, em 2011, anexo à nossa CTR, possibilitando a comercialização e a integração desses empreendimentos. Em 2012, constituímos, em parceria com a Universidade Metodista e a Finep, a Incubadora de Empreendimentos Solidários (SBCSOL), que além de criar uma metodologia específica, apoia os empreendimentos com capacitações diversas.

Queremos ainda fortalecer a priorização dos empreendimentos solidários nas compras públicas; criar novos pontos de comercialização, como nos novos conjuntos habitacionais construídos pela Prefeitura; fomentar a criação de cadeias produtivas regionais; constituir políticas de incentivos fiscais e não fiscais; melhorar os produtos e os processos produtivos, de modo a alcançar certificações e elevar o patamar de materiais recicláveis.

*Jefferson Conceição  é secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo.

Fonte: Jornal ABCD Maior (24/01/2014)
http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=56603

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