O departamento foi constituído em 2009 com o objetivo de criar e preservar postos de trabalho que geram renda às famílias, por meio do fomento às atividades produtivas, ao emprego e trabalho, ligados ao empreendedorismo e ao cooperativismo, tendo em vista o bem-estar econômico e social dos cidadãos e cidadãs.

6 de agosto de 2013

Agroecologia urbana é alternativa de trabalho (06/08/2013)


Evento debate a agricultura familiar como estímulo ao emprego e a renda 

Gerar emprego e renda a partir da produção agrícola em pequenas áreas urbanas e ao mesmo tempo proporcionar ao consumidor final a opção de adquirir alimentos orgânicos saudáveis e sem agrotóxicos. Esse foi o tema do debate realizado nesta segunda-feira (05/08), no auditório da Cidade da Criança, em São Bernardo. Para os participantes do evento, a agroecologia, urbana ou não, é uma forma alternativa viável de substituir o modelo atual do agronegócio.

De acordo com o coordenador da APA (Articulação Paulista de Agroecologia), Pedro Kawamura, 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros são provenientes da agricultura familiar. Considerando o mercado agrícola como um todo – inclusive culturas para outros fins – o peso percentual é de 40%. “Mas vale ressaltar que a agricultura familiar ocupa apenas 25% das terras e conta com menos de 15% do crédito rural”, afirmou.

Esses dados, no entanto, referem-se principalmente às famílias que vivem em propriedades rurais. A produção agrícola em cidades urbanas como as do ABCD ainda não pode ser mensurada porque é dispersa e completamente informal. Mas há potencial e o poder público já se mobiliza para explorar mais essa oportunidade de negócios.

Um exemplo é o Programa de Fomento às Hortas Urbanas de São Bernardo, que ocupa seis áreas distintas do município e gera emprego e renda para 18 famílias, todas assistidas pela SBCSol, incubadora de empreendimentos econômicos solidários criada a partir de parceira entre a Prefeitura e a Umesp (Universidade Metodista de São Paulo).

O diretor de Empreendedorismo, Trabalho e Renda de São Bernardo, Nilton Tadashi, explica que são aproveitadas áreas ociosas e que a iniciativa tem gerado renda em torno de um salário mínimo e meio para elas. O objetivo é ampliar o programa. “É um processo complexo, que exige preparo e mudanças legais para que a agricultura urbana seja reconhecida e tenha acesso a crédito. Mas há muitos espaços espalhados pela cidade que poderiam ser aproveitados”, disse Tadashi.

Vanderléa Pereira, coordenadora do Núcleo Técnico da SBCSol, revela que o projeto recebeu R$ 2 milhões da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e terá duração de dois anos. “Estamos em fase de diagnóstico de viabilidade, pois não basta produzir, é necessário haver mercado”, conta.

Produto orgânico precisa ser popularizado

Para o assessor de Meio Ambiente da Secretaria de Educação de São Bernardo (Divisão de Jovens e Adultos), Gustavo Cherubine, é preciso ‘desmistificar’ o preço do produto orgânico. Hoje o valor de venda ao consumidor é proibitivo para a maioria das pessoas. “O produto orgânico é exportado para os países ricos, que nos vendem os agrotóxicos usados nos alimentos que ingerimos. Isso não está certo”.

A deputada estadual, Ana do Carmo, coordenadora da Frente Parlamentar pela Agricultura Orgânica, disse que outros eventos como esse serão realizados em diversas cidades. “Nossa estratégia  é debater esse e outros temas pertinentes para conscientizar as pessoas sobre a importância da agroecologia. Falta incentivo do poder público e a população não reivindica porque não sabe do que se trata”.


Biosfera

A agricultura familiar orgânica pode contribuir com a preservação da biosfera porque ela exige a manutenção de áreas verdes. “É um sistema que  necessita do manejo adequado da terra e manutenção da mata nativa no entorno”, afirma a Pesquisadora científica do Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, Yara Maria Chagas.

E apesar de não usar técnicas industriais, a agricultura orgânica pode ser tão produtiva quanto o modelo tradicional. Embora necessite de mais mão de obra, o que é bom pelo lado da geração de emprego, o orgânico economiza de 30% a 40% em insumos. 

Fonte: Jornal ABCD Maior (06/08/2013)


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