Nos últimos artigos aqui publicados, discutimos as
possibilidades das políticas de desenvolvimento econômico local. Vimos o papel
dos APLs, dos Fóruns tripartites e do ambiente de inovação. As grandes e as
médias empresas costumam ser as principais beneficiárias destas políticas.
Hoje, começaremos a tratar daquela outra metade da economia, formada pelos
pequenos negócios. Ter políticas públicas para esta parcela é essencial em uma
estratégia de desenvolvimento local. Neste, falaremos da economia solidária. No
próximo, do empreendedorismo.
A Economia Solidária vem de longa data: desde
o século 19, quando experiências socialistas europeias buscaram constituir uma
economia não capitalista, baseada no cooperativismo. Apesar da longa trajetória
percorrida, ainda permanece um desafio: como cultivar os princípios da
solidariedade, inclusão, cooperação e geração de renda em um contexto em que
predomina o modo de organização capitalista? Como concorrer com os preços,
qualidades, marcas e prazos das empresas capitalistas?
No Brasil, a Economia Solidária – que tem
origens ligadas às cooperativas agrícolas– foi retomada com força a partir da
década de 1990, quando se verificou grande número de empresas falidas. No ABCD,
o sindicalismo apresentou o cooperativismo de produção como forma de manutenção
da fábrica (seu maquinário e postos de trabalho). Isto ampliou a abrangência da
economia solidária local, que vai dos microempreendimentos de inclusão de
segmentos mais vulneráveis até grandes fábricas geridas pelos cooperativados.
A Economia Solidária se fortaleceu no governo
Lula com a constituição, em 2003, da Secretaria Nacional de Economia Solidária,
e continua a se expandir na gestão Dilma. E há muito a se avançar em itens como
financiamento; comercialização; capacitação gerencial; formação de redes e
parcerias.
Ainda são poucos os governos municipais e
estaduais que efetivamente têm uma política de apoio à economia solidária.
Neste contexto, a política pública da Prefeitura de São Bernardo, em parceria
com instituições como Unisol, ADS-CUT, Centro de Formação Padre Léo, Sebrae,
entre outras, é uma das referencias no País. Sob a orientação do prefeito Luiz
Marinho, elaboramos e aprovamos, em 2010, a lei municipal de Fomento à Economia
Solidária.
Criamos o “Espaço Solidário”, em 2011, anexo à nossa CTR, possibilitando a comercialização e a integração desses empreendimentos. Em 2012, constituímos, em parceria com a Universidade Metodista e a Finep, a Incubadora de Empreendimentos Solidários (SBCSOL), que além de criar uma metodologia específica, apoia os empreendimentos com capacitações diversas.
Criamos o “Espaço Solidário”, em 2011, anexo à nossa CTR, possibilitando a comercialização e a integração desses empreendimentos. Em 2012, constituímos, em parceria com a Universidade Metodista e a Finep, a Incubadora de Empreendimentos Solidários (SBCSOL), que além de criar uma metodologia específica, apoia os empreendimentos com capacitações diversas.
Queremos ainda fortalecer a priorização dos
empreendimentos solidários nas compras públicas; criar novos pontos de
comercialização, como nos novos conjuntos habitacionais construídos pela
Prefeitura; fomentar a criação de cadeias produtivas regionais; constituir
políticas de incentivos fiscais e não fiscais; melhorar os produtos e os
processos produtivos, de modo a alcançar certificações e elevar o patamar de
materiais recicláveis.
*Jefferson Conceição é secretário de
Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo.
Fonte: Jornal ABCD Maior (24/01/2014)
http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=56603
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