Melhorar a qualidade de vida, aos 53 anos, é a perspectiva
que agora enxerga o catador de materiais recicláveis Gideilton Borges. Ele quer
aprender a ler e a escrever além do próprio nome, e continuar os estudos. A
possibilidade chegou com uma sala de aula do Brasil Alfabetizado, programa de
alfabetização inicial do governo federal em parceria com o Mova (Movimento de
Alfabetização) São Bernardo, que foi criada no local do seu trabalho, na
Associação de Catadores Raio de Luz, no Bairro Cooperativa.
A sala foi criada
em setembro deste ano e o curso terá duração de oito meses. Participam 21
alunos, a maioria com mais de 45 anos, que assistem às aulas após o expediente.
O programa é desenvolvido das 15h às 17h30, de segunda a quinta-feira, em uma
sala da associação que foi adaptada para oferecer as aulas.
A educadora do Mova
Fabiana de Oliveira Mariano acredita que daqui a um ano a maioria esteja apta a
dar continuidade aos estudos e possa ingressar na Educação de Jovens e Adultos
(EJA). Segundo ela, o programa é desenvolvido a partir da educação inicial.
"Eles não sabem escrever o próprio nome, apenas copiam", explica. A
orientação pedagógica do Brasil Alfabetizado é baseada na realidade dos alunos,
no meio em que vivem. No caso dos catadores, as temáticas para aprenderem a ler
e a escrever serão a reciclagem e o meio ambiente.
Mais do que apenas
ser alfabetizado, Gildeilton quer novas oportunidades na vida. "Nunca tive
essa chance (de estudar), mas agora quero aproveitar, continuar e melhorar
minha vida." O catador disse ter vindo da Bahia ainda pequeno e não teve
qualquer chance de frequentar uma escola. "Minha vida se resumiu a
trabalhar para sobreviver."
A catadora Maria
Lúcia de Souza, 51 anos, que também veio da Bahia há quase 30 anos, agora quer
dar continuidade aos estudos. "Comecei na escola quando ainda morava na
Bahia, depois nunca mais, e já esqueci", comentou.
Lixão - A
Associação de Catadores Raio de Luz é formada por 62 associados, ex-catadores
do antigo Lixão do Alvarenga. Os trabalhadores atuam dentro do conceito da
economia solidária, que tem como base a associação e o cooperativismo, e que
gera trabalho e renda. Segundo o coordenador Reginaldo Rufino dos Santos, os
catadores processam cerca de 200 toneladas de materiais por mês e têm renda
média de R$ 950 por mês.
Fonte: PMSBC
(24/09/2014)
http://www.saobernardo.sp.gov.br/comuns/pqt_container_r01.asp?srcpg=noticia_completa&ref=11698&qt1=0
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