O departamento foi constituído em 2009 com o objetivo de criar e preservar postos de trabalho que geram renda às famílias, por meio do fomento às atividades produtivas, ao emprego e trabalho, ligados ao empreendedorismo e ao cooperativismo, tendo em vista o bem-estar econômico e social dos cidadãos e cidadãs.

13 de dezembro de 2012

Nane e a batalha pelo próprio negócio

Conheça a história da empresária da satisfação
Ao caminhar pelo corredor apertado, repleto de caixas com linhas de costura e materiais recicláveis, de uma pequena casa localizada no Jardim Silvina, em São Bernardo, deparei-me com Nane Martins atabalhoada. Fazendo mil coisas simultaneamente, mandando e-mails, tirando fotos, guardando produtos e acertando detalhes com as colegas de trabalho. Assim é a rotina de quem tem uma companhia inteira para tocar. 

Ela diz “pode ir perguntando porque aqui a gente faz tudo ao mesmo tempo”. Nem parece que há alguns anos, como ela mesma contou, passava as tardes assistindo a novelas em casa. Sim, no meio da periferia em que nasceu há quase quatro décadas, cercada por morros com casas de alvenaria fruto da autoconstrução, Nane é uma empresária de sucesso que faz parte da confecção Charlotte Arte em Costura.

A confecção completará três anos de existência em outubro e Nane comemora a consolidação da marca que ajudou a construir com as parceiras de escritório e costura. Junto com as quatro sócias, Nane realiza o trabalho de transformar lonas de banner e embalagens de longa vida em bolsas, carteiras, porta-trecos, estojos, lixeiras e muitos outros itens com design exclusivo.

Antes de conseguir criar a microempresa com as amigas, Nane costurava na casa de uma vizinha que lhe ofereceu emprego há aproximadamente sete anos, lugar onde conheceu as atuais companheiras de agulha. Quando a Associação Padre Léo Comissari, que fica na mesma área em que vivem, as convidou para fazerem cursos de gestão e administração foi a hora em que Nane se viu diante de um desafio constante.

É complicada a tarefa de lutar por um empreendimento e tirar o próprio sustento dele. Nane já foi operária, babá, vendedora, entre outras funções. Quando se reuniu com os parceiros que davam todo o suporte técnico, se viu imersa em um universo totalmente novo e não deu nem sequer um passo para trás. Foi preciso coragem para se lançar em mundos distintos que envolvem reuniões, participações de fóruns, aulas em cursos específicos.
Domou os empecilhos de conduzir um negócio com pulso firme e é multifuncional. Valendo-se da economia solidária, Nane tem orgulho do papel que desempenha e afirma que levanta todo dia com muita disposição. Uma das melhores partes é o convívio descontraído com as parceiras, sempre animadas, e a autoestima que boia na altura do teto da produção da Charlotte.

Mas Nane também aprecia o reconhecimento de quem compra os produtos e das empresas que já se deram conta da qualidade do serviço que prestam. É bom para todo mundo não ter chefe gritando, viver bem com os colegas de trabalho e ser dono daquilo que põe pão na mesa e auxilia a família. Tudo isto se traduz em uma palavra que, infelizmente, muitas vezes está fora do vocabulário de funcionários espalhados pelo Brasil: satisfação. Pura, simples e plena satisfação.

Obs.: Nane é uma das cooperadas (sócias) da Charlote Arte em Costura - Grupo apoiado pelo Programa de Geração de Trabalho e Renda - Economia Solidária da Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo

Fonte: Jornal ABCD Maior (28/08/2012)
http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=43899

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